A Garganta da Serpente

Adriano de Campos

  • aumentar a fonte
  • diminuir a fonte
  • versão para impressão
  • recomende esta página

Caminhos

Na vaga incessante,
no pensamento inebriante,
nos cataclismos de minha filosofia,
algures no naufrágio da razão,
reside minha dividida condição.

Clama minha infância banhada de sol.
Reclama meu futuro resgatando,
em caravela de azul, os meus planos.

Como estrangeiro em minha casa
me debruço sobre a janela e vejo passar os anos.
Relembro o sofrimento alegre conquistado, sem querer,
na praia iluminada de minha juventude.
Talvez regresse aquele toque, o gosto de maresia,
a resignação da felicidade ingénua.

A minha frente o caminho da escolha,
o branco da folha.
Talvez seguir amordaçando o coração,
Ignorando os coloridos caminhos da paixão.
E porque não a velhice antecipada
e suas fatais condições.

Passear, porque não? Sem direcção.
Eis a solução.


(Adriano de Campos)


voltar última atualização: 10/03/2006
5101 visitas desde 10/03/2006

Poemas deste autor:

Copyright © 1999-2020 - A Garganta da Serpente