MIL ANOS DE SOLIDÃO
Entre a labareda e a brasa
Um ofuscar que arrasa
Num mundo que se perdeu
Os loucos gritam em coro
Ninguém os ouve o choro
Quanta ilusão renasceu.
Ladra um cão pela rua
Uivando ao palor da lua
Das loucas saudades vãs
Semeia sem piedade
O lamentar da saudade
O espectro do amanhã.
Ouve-se aqui levemente
A sinfonia envolvente
Das águias na amplidão
Ruge além incessante
O raivoso grito uivante
Do estrondoso trovão.
Grita o peregrino
Ao som do clarim divino
Risos que ao longe vão
Lamentos tristes lamentos
Olhares soltos ao vento
Mil anos de solidão.
(26/03/2007)
(Agmael Lima)
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