A Garganta da Serpente

Ahasverus

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Estamos vivendo pela morte que nos afaga da trilha maldita
Escorrendo entre os vermes de meus medos e sombras esguias
Triste chama a brilhar nos olhos do carrasco que com amor punge o poeta
Fenecer mórbido da esperança da vida que aleija o atleta

Com quantas lágrimas inundarei o inferno?
Até quando dormirei para o morrer eterno?
Na rainha de meus oníricos orgasmos
Bocejando minhas virtudes que se banham nos pecados

Fenecendo as vitórias sacras de minha alma
Onde os frutos vivem na pura ressalva
Mostre os caminhos perdidos
Nos montes em que neguei o amor de cristo

Aquele que nunca irá
Sorrindo nas sombras estará
Quando minhas lágrimas umedecerem meu semblante
Na tristezas dos simples amantes.

Quando este irá novamente
Rompem os laços de meu peito de repente
Como ferro em brasa pungente
Mastigando meus sentidos no ranger dos dentes

Absolva-me
Deixe que a palidez da noite encante minha face
Que as minhas verdades desmanchem teus disfarces
Deixando meu corpo queimar como estrela escarlate

Gritem baixo pequenos demônios
Não deixe que acordem de seu sono
Pois ainda não despejei minha dor em seus filhos
Pois ainda tuas lágrimas não são meus martírios

Tire-me deste ciclo imortal
Encarnado neste cristo frontal
Arranque a pele de meu coração
E enterre como mortalha da maldição

Por que insiste que tuas palavras me corrompam
Faz com que as esmeraldas de meus olhos os poluam
Como notas de horror de uma orquestra
Tempestade feral de querela

Conseguiste novamente tirar sangue de minha alma
Que a ti entregaste alva
No esquife da maldição foste resgatar
O peito que em tristeza se pôs a chorar

Não deixes que se esvaia
Segure com tuas mãos
A seiva que nos escapa
Serás a alma da escuridão

És evidente a chama negra do nosso obscuro ser
Porém nossos olhos não nos deixam adormecer
Traga a vida a luz que nos deixa risonho
Transformando os terríveis pesadelos num doce sonho.


(Ahasverus)


voltar última atualização: 21/06/2007
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