A Garganta da Serpente

Alberto Augusto Miranda

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Soror, a Morta
em golfos paradinhos
sobre textura de couve
onde fossilinga a forte
menstruação do primeiro dia.

está no desaparecido
sangue da violência da própria
anterioridade do corpo
do que nem era seu, a ferida

do Cavaleiro anterior
que derramou a neve
sobre o incêndio da Viva.

planícies insurgem e parecem
os lugares desta Morta
Só quando ruge o mar
se erguem velas ao desespero

sob promessa decapitante:
jurar desistir
jurar ser outros

ao primeiro assalto social
em direcção aos corpos de fogo
filhos em chuva

(Poema do livro "Dá-me Com A Noite")


(Alberto Augusto Miranda)


voltar última atualização: 18/02/2009
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