sai-me dos olhos um cavalo
um destino em reserva
para as facadas na garganta
com mãos cruéis
como se fosses ostra e tivesses acaso
uma puta de uma pérola
ameaças porque o vento não sopra
de ti de nenhum
porque me desejas abelha à tua volta
impões um caudal
de espinhos à minha chegada
Atiro-me aos cimentos, às buzinas, aos
patrões, é livre,
se falo há um erói
um caule de ventura
baila por sobre ti
o cavalo que me saiu dos olhos
anjo de leite vermelho
por sobre ele te afastas da consistência
o sumo equídeo
se teria esgotado no côncavo
de um sonho finissecular
contra as rochas da pululante
Grécia às ilhas
(Poema do livro "Dá-me Com A Noite")
(Alberto Augusto Miranda)
|