INSÔNIA
Porto Alegre amanhecia lentamente,
Da minha janela o Guaíba era um postal
E tu, linda e nua em minha cama
Era um anjo caído de um céu de lantejoulas
Adormecida nos meus braços de poeta.
Naquela profusão de sentimentos tão recentes
O tempo manso escorria junto as águas,
E a vida inteira reduzida aquele instante
Era apenas fragmento do que fui.
Teu corpo em mim e minha alma dividida,
E agora que já não tenho o teu olhar
Quase morro de saudade a esperar
Sem saber se um dia ainda de novo eu te verei.
(Alex Brondani)
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