O ABISMO
Despenco em precipícios na alma
Num baque grande de rodar o tempo;
Minha boca é seca, meus lábios latejantes,
Meu corpo todo em torpor,
Minha mente total desassossego.
Não sei onde estou ou se estou,
Me sinto fraco, frágil como a labareda
Da vela que tremula contra o vento.
Busco a luz como única guia
Num barco de papel.
Meus caminhos são breus no véu da noite
E peço a Deus que apenas não me açoite
Com a dor da solidão que me atormenta;
Que minha alma é onda que arrebenta
No cais de um porto que já não se sustenta!
Num fim de verso de abissal poema!
(Alex Brondani)
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