A Garganta da Serpente

Alfred' Moraes

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MISTÉRIO

O meu espírito alado esvoaçando
O espaço fictício dos meus sonhos,
Contempla o chão árido e tristonho
De minha existência estéril,
Plena de mistério.

Mistério no inverno que domina
As estações sem cores dos meus anos,
E não me deixa arquitetar os planos
De um futuro venerado,
No tempo parado.

Mistério nessas garras poderosas
Que me arrancaram do santo ventre materno
E me atiram de encontro a este inferno,
Sem que eu soubesse o porquê,
Ou para que.

Mistério nessa guerra interior
Travada entre o meu corpo e a minha alma,
Cujo estopim é um profundo trauma
Que lá dentro em mim, faísca.
E o "meu bom" confisca.

Mistério no destino que me espera,
Mistério no meu ser do amanhã,
Mistério na filosofia vã
Da sociedade ultra moderna
Na mesma caverna.

Mistério no mistério que me envolve,
E que me torna um ser misterioso,
E que me injeta o micróbio do nojo
De um lamaçal profundo,
Chamado mundo.

(Alfred' Moraes)


voltar última atualização: 27/08/2007
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