A Garganta da Serpente

Alfredo Rossetti

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A FATIA

Talho o tempo com cortes imprecisos.
Fatias escondidas nas mãos de lutas lunares
escorrem como barracos ante a caprichos de deuses.
Cuidados de jardim no trêmulo coração.
E meus olhos tentam beber o troféu, a sobra.

Ao saber do fruto recalcitrante,
surge um olhar desesperado
sobre o quase nada:
havia seqüestrado um instante.

Que, por destino pedinte, mesmo preso,
não se fartou.
Abrigou-se ao grande manancial de absurdos.

Aquele que, pela inação dos dias,
confortamo-nos em compô-lo como passado.

(2007)


(Alfredo Rossetti)


voltar última atualização: 07/04/2008
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