Soneto a Vinicius de Moraes
O efêmero: o cair de uma estrela
Que, tão bela, prometeu e floriu
Castelos, mil, eternos, e extinguiu
A tudo e a si, no cansaço de sê-la.
O bárbaro: o relâmpago brandiu,
Iluminou com rugidos e sismos
A noite, e dispersou-se num abismo
Em minúsculos íons. E partiu.
O trágico: o que fora outrora flor
Dormiu sem vida, graça, sem amor.
E a estrela, no espaço louco e aflito
Por um tempo inchou, vermelha,e tragou
Tudo em volta. Saciada, murchou.
E só então deixou de ser. O infinito.
(Allan Jonatan Lerma)
|