A Garganta da Serpente

Alphonsus de Guimarães

Afonso Henrique da Costa Guimarães
  • aumentar a fonte
  • diminuir a fonte
  • versão para impressão
  • recomende esta página

Ninguém anda com Deus mais do que eu ando,
Ninguém segue os seus passos como sigo.
Não bendigo a ninguém, e nem maldigo:
Tudo é morto num peito miserando.

Vejo o sol, vejo a lua e todo o bando
Das estrelas no olímpico jazigo.
A misteriosa mão de Deus o trigo
Que ela plantou aos poucos vai ceifando.

E vão-se as horas em completa calma.
Um dia (já vem longe ou já vem perto?)
Tudo que sofro e que sofri se acalma.

Ah se chegasse em breve o dia incerto!
Far-se-á luz dentro em mim, pois a minh'alma
Será trigo de Deus no céu aberto...


(Alphonsus de Guimarães)


voltar última atualização: 03/04/2017
14042 visitas desde 01/07/2005
Copyright © 1999-2020 - A Garganta da Serpente