Soneto
(improvisado na partida para Portugal em 1783, aos 18 anos de idade)
Adeus, fica-te em paz, Alcina amada,
Ah! sem mim sê feliz, vive ditosa;
Que contra meus prazeres invejosa
A fortuna cruel se mostra irada.
Tão cedo não verei a delicada,
A linda face de jasmins e rosa,
O branco peito, a boca graciosa
Onde os amores têm gentil morada.
Pode, meu bem, o fado impiamente,
Pode negar de te gozar a dita,
Pode da tua vista ter-me ausente:
Mas apesar da mísera desdita
De tão cruel partida, eternamente
Nesta minha alma viverás escrita.
(in Poesias de Américo Elísio - Fonte: Brasiliana Digital USP)
Américo Elísio (José Bonifácio de Andrada e Silva)
|