Passar dos anos
No solstício desse meu viver
Inebriado com as vicissitudes
Turvas, navegam minhas atitudes
Opaquecendo este meu proceder.
A tenra idade não faz perceber
A rigidez que há nas concretudes
E quando não se aninha nas virtudes
O pobre infante vem a fenecer.
Querer o bem, o mau, tudo é possível
E nada nos parece inatingível
Quando ferve o fulgor da moça idade.
Mas cada ano que se vai passando
Ver-se o peso da velhice aproximando
Na angústia cruel desta verdade.
(Anacreonte Sordano)
|