À traidora
Não me diga que não entende nada
Que não sabe da dor de ser traído
Ser enganado pelo amor fingido
Tendo somente a vida malograda.
Sentir as rugas pela tez cansada
De ter provado o fruto proibido
Guardar a chama deste contido
Que já nascera pra ser apagada.
Não! não me diga nada disso
Apenas rogue pelo meu sumiço
E cuspa o sangue que de mim sugou.
E vá embora sem dizer-me adeus
Certa que todos os carinhos meus
Em frios gestos você transformou.
(Anacreonte Sordano)
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