O fanfarrão
O próprio bobo da corte, o ignora
Toda plêiade de vermes, são seus pares
Vive a provocar o riso nos altares
Só enxerga o que não ver, a toda hora.
Se busca ter ciência, logo aflora
Os dons da estupidez, seus ufanares
E intrépido, arrota pelos ares
Petardos de asneiras, e vai-se embora.
Por onde ele passa, o rastro fica
Pois a todos, ele julga e critica
Nem o joio do trigo, ele separa.
O fanfarrão este ser inconseqüente
Nunca diz a verdade, sempre mente
E mentir a humanidade é sua tara.
(Anacreonte Sordano)
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