O urubu
O urubu, que Augusto outrora
Teve pousado sobre sua sorte
E infalível lhe tangeu à morte
É sobre mim que está pousado agora.
Como se houvesse me chegado a hora
Este agoureiro de elevado porte
Me angustia com sua coorte
Sem saciar-se e sem ir-se embora.
A humanidade lhe fornece o sumo
E sendo a morte o principal insumo
Da sua tétrica e funérea existência.
Na morbidez de suas atitudes
A inapetência a todas as virtudes
Não recompensa a sua experiência.
(Anacreonte Sordano)
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