A Garganta da Serpente

Anderson Souza Oliveira

  • aumentar a fonte
  • diminuir a fonte
  • versão para impressão
  • recomende esta página

Urinário

Dói-me a cabeça da urina fétida do cão!
                        (Que droga de urina!)
Reporto-me a urina inquietante e dissimulada
do ébrio mentecapto - assim o consideram - e provecto.
Da urina à saliva enervante,
dos olhares alheios ou quem sabe hipócritas;
Dos palavrões débeis, contudo, fulgurantes, expressivos do inconsciente
ou quem sabe da consciência espoliada ou talvez usurpada, porém recorrente.

O cão urina onde lhes ensinaram,
                        (mas francamente logo ali!)
o ébrio onde melhor seu corpo se situa.
Eu mesmo o antevi e, de fato passei sem muito
                                                         [ruminar
porém, não refletir depois era inevitável,
e quem sabe por fatores sociais durkheimianos, dissimulei.

Urina! Urina! É isto, que me faz doer à cabeça, é isto que me faz revolver as células, fomentar o pensamento.
Cheiro, cheirar, eu; Cheiro de urina por todos os lados, nos canais inodoros
exala o fedor nauseante
           [dos palácios!
O cheiro nada agradável e nem salutar, é o que emancipa e dignifica.
                                                                               (e enojece!


(Anderson Souza Oliveira)


voltar última atualização: 02/03/2010
12742 visitas desde 01/06/2007

Poemas deste autor:

Copyright © 1999-2020 - A Garganta da Serpente