As engulo a seco, as tomo no café, as como no almoço,
as expresso no olhar, as dialogo na mente.
Para quê, enfim, usá-las ou de fato para quê existem.
Sem elas poderíamos pensar? Nem ao menos isso, será?
Se não, se penso com elas, por conseguinte, então, nada
mais se não o silêncio, o esmo...
O esmo, serei então mais eremita sem elas?
Numa mão uma pedra, lá, em outra uma fruta de casca dura;
eu saboreio, tu saboreia. Pedra esfarela, mancha colorida na
minha mão, ponta dura quem em outra parte dura a marca fica,
mente na pedra por fim.
Serei novamente o verbo ser em plenitude, serei erectus ou quem
sabe neanderthalensis. Serei, enfim, menos só...
(Anderson Souza Oliveira)
|