A Garganta da Serpente

Andreas Gryphius

  • aumentar a fonte
  • diminuir a fonte
  • versão para impressão
  • recomende esta página

XLVIII

O inferno

Ah, perecer!
Morte e gritos, pavor e pranto!Torturas e cruz, vermes e espanto!
Pixe e frio, carrasco e antro! Fartum e espírito, medo e desencanto!
Oh, fenecer!

Só mesmo gemer!
Mar e outeiros, montes e penhascos! Quem pode suportar tal pranto?
Sorvo abissal, ai que passamento! Nada de lamento, no entanto!
Quiçá só perder!

Espíritos medonhos do Inferno profundo, tormentais e padeceis tormentos
Nunca poderá o fogo da eternidade imortal expiar vossos maus intentos?
Ó que desgraça brutal! Morrer continuamente sem morrer.


É esta a chama da vingança feroz que a ira acesa espevitou:
A medição da pena e vigília sem fim o romper encontrou!
Por isso, homens, morram para não terem de por aqui apodrecer.

(tradução: Antônio Jackson de Souza Brandão ver poemas na Toca da Serpente)


(Andreas Gryphius)


voltar última atualização: 05/08/2005
7242 visitas desde 05/08/2005
Copyright © 1999-2020 - A Garganta da Serpente