A Garganta da Serpente

Andreas Gryphius

  • aumentar a fonte
  • diminuir a fonte
  • versão para impressão
  • recomende esta página

VII

O lamento do autor numa grave doença

Não sou o que era, foram-se a força e a robustez!
Os membros, secos, são como escombros queimados.
A morte negra aqui espreita de olhos fechados.
Nada serei, além de pele e osso: aridez!

O hálito não sai mais, presa a língua: mudez!
Meu coração suporta os últimos conflitos.
Todos que vêem esta débil casa aflitos,
Verão, brevemente, em meu corpo a palidez.

Como uma flor do campo que com a luz nasce
E antes do meio-dia está no chão e fenece
Assim, regado sou c'um orvalho lacrimal.

Prematuro eu morro: sim, boa-noite mundo!
Minha horinha se foi! Vigiei e moribundo
Serei tomado, então, pelo sono mortal!

(tradução: Antônio Jackson de Souza Brandão ver poemas na Toca da Serpente)


(Andreas Gryphius)


voltar última atualização: 05/08/2005
7245 visitas desde 05/08/2005
Copyright © 1999-2020 - A Garganta da Serpente