A Garganta da Serpente

Andreas Gryphius

  • aumentar a fonte
  • diminuir a fonte
  • versão para impressão
  • recomende esta página

XXVII

Lágrimas da Pátria

Inteiros ainda estamos, no entanto roídos!
Da gente insolente a trombeta arrebatada,
O canhão estridente, a espada ensangüentada;
O esforço e o estoque e o suor foram destruídos!

As torres flamejam; os templos revolvidos;
A prefeitura, pó; as forças lancinadas;
E para onde olharmos há virgens violentadas,
Fogo, peste, morte, coração e alma partidos.

Sempre aqui escorre sangue entre o fosso e a cidade.
Três vezes seis anos: nossos rios com esforço,
Obstruídos de corpos lentos escorriam...

Porém silencio: foi pois pior que a morte,
Que a ferocidade do fogo, fome e peste
E até o tesouro espiritual extorquiram.

(Ano 1636)

(tradução: Antônio Jackson de Souza Brandão ver poemas na Toca da Serpente)


(Andreas Gryphius)


voltar última atualização: 05/08/2005
7241 visitas desde 05/08/2005
Copyright © 1999-2020 - A Garganta da Serpente