Sulamandra
basáltica, desértica
paulistana.
Sula-mexi-cana,
a mulata sul-baiana,
branca-negra
sangue bom:
a sula-mericana.
Sula-afro-descende,
um ente
que acende a cortiça,
tesão fiat-lux
com cabeça preta
e pele roliça.
Sula-bacana
essa dona sula
e suas nonas surras
de buceta terrorista,
que me detonam os olfatos
com seus boduns de siririca,
essas punhetas de homem
em suas pernas de menina.
Sula-encarnada
de tantas anas,
marijuanas,
tropicanas da silva,
tesuda e baranga,
tu samba funk
e funqueia o samba,
bandeia a bunda
que te abunda
por teus quartos,
e em teus barracos,
ou em qualquer ciranda,
até mesmo nessa choupana
tomada de infâmia com cachaça:
pra tuas diambas;
pra tuas macumbas;
pra tuas miçangas de feijão preto
(sacana!),
que te esfomeia
e só me assanha.
Tu é maínha.
É minha puta.
Minha madama.
(André Jerico)
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