A Espiral do Desencanto
O mundo fervia em tecnicolor
Ela sonhava em preto
Era Maria da Saudade que nascia
No peito dela já batia
O fantasma mecânico do amor
Eu sou o teu olho que enlouqueceu na Bósnia pedindo
Lobotomia imediata & chá de fita
Fêmeas de Eros, filhos de Dionísio:
Eu sou Ulisses em cólera sagrada
Sou Loreley nos teus ouvidos
Eu sou o Sol morrendo na maquinaria do mundo
Beijo-te, em face de toda divina
Tua boca sabe ao doce de um demônio chamado Amor
A bailarina com metafísica faz um círculo no chão
Crescem girassóis em seu vestido.
(Anna Apolinário)
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