ARQUIVO CORROMPIDO
Dos encantos
Das tormentas de amor
Do desconforto
Da ausência sentida
Do coração em gritos
Do dia em que foste
Do momento agudo
Que passou
Eu nem percebi
O coração sangrando
A dor doendo demais
Os sentimentos dormentes
O acaso
Ah! O acaso me fez tua
Mas tua pra quê?
Sem perguntas
Sem respostas
Um tiro pro céu
Palavras soltas
Sem nexo
Sem pontuações
Sem rima
Perdidas ao léu
Sem céu
Sem chão
Sem teto para compartilhar
Porque a dor da alma
Doí mais que outra qualquer
Sentir sem ser
Nem ter
Qualquer coisa se faria
Não fosse teu arredio querer
Arrogante e prepotente
Passou
No céu brilhou uma pequena e ligeira luz
Caiu no horizonte
Nada trouxe
Sequer levou
Ficaram esquecidos
No canto guardados
Todos os quereres e amores
Foram poeiras acumuladas
De anos sem fim.
Rosas se abriram
Rosas murcharam
Perdeu-se o encanto
Do dia em que te conheci
Tanto se passou
Tanto ficou guardado
Num cofre oculto
O meu bem-querer
Virou arquivo corrompido
(20/12/007)
(Anna Paes)
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