SONS DA NOVA LUZ
Hoje há somente o som de tua luz
a visão do cego agora reluz.
Naquela noite tirei-me as vendas
e enterrei as velhas fendas.
O que enxergar se nada restou?
Buscar o novo, que ora brotou!
Perdi o medo de olhar a destruição?
Achei a ânsia de iniciar a construção!
O fim está longe,
o início é imediato.
Teu porvir traz a paz de um monge
com alegrias e sem o celibato!
Crio nas sobras de mim
pele em âmago vivo, carmim
Tu, meu vento novo chegou, e choro
Tua língua quente me lambe, e gozo.
Corpo vivo, sobreviveu
alma morta, renasceu.
E tantos anseios ansiados
aos poucos são desejos saciados.
E o teu porvir?
Há de vir.
O amor?
Há que sentir.
(07/01/08)
(Annie Nogueira)
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