A Garganta da Serpente

Guillaume Apollinaire

Wilhelm Apollinaris de Kostrovitsky
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A Vaselina

Praça da Ópera: por uma farmácia a dentro
Entra um senhor bem posto feito um pé-de-vento:
“estou com pressa”, diz. “Eu quero vaselina.”
Gentil, o boticário indaga do cliente
Impaciente
A que uso se destina
O graxo ingrediente:
“Se for para o rosto, é melhor levar da fina...
Qual?
Que tal
Este artigo
Que o senhor, sem perigo,
Pode no rosto usar?
Eu por mim recomendo sempre a boricada.”
E o cliente a bufar: “mas que papagaiada!
Pouco me importa qual, pois é para enrabar!”


(Guillaume Apollinaire)


voltar última atualização: 11/09/2005
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