Azul é este beijo
que segue sozinho
como passos erguidos
ao pôr de sol findo.
Seca me a voz da noite
que trago ao peito
e tudo são coisas
que não defino em mim.
Por isso não tenho forma
nem existe molde pra mim.
O vento não me toca
nem sabe quem eu sou...
Areias, pétalas, poemas,
palavras pintadas a cetim...
Tudo se me ergue no escuro
mas só este beijo triste
guardo em lugar seguro
pra podê-lo soltar no fim.
(Ariana Cádis)
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