Outono Amor
Quando as rosas desfolham no estio,
O antigo grito que em mim habita,
Explode...
E já não sei se é amor ou morte.
Cálido corpo que cai.
Sorriso maroto que se esconde.
Coração batendo forte no peito.
Ou seria barco à deriva no mar?
Canto, canto para não sonhar.
E o estio no olhar do velho marinheiro
Persegue todo o meu ar.
Canto de marinheiro que embriaga.
Sal na areia da praia.
Samba no instrumento da mulata.
E as ondas que vão
Saudando a mãe sereia
Voltam machucando os meus pés
E molhando a lua cheia.
Saudade da vida alheia.
E a rosa que aqui passeia
Já despetalou...
No olhar vago do marinheiro.
Que outrora vi cantar sorrateiro
No estio daquele outono amor.
(Poema classificado e convidado a Participar da Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos 31º Volume, 2007, pela Câmara Brasileira de Jovens Escritores)
(Ariana Segantin)
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