O beijo
Falo-te como se fosse beijar
O desamparo do teu rosto intacto,
E na dualidade deste amar
Não sei se amo ou se é fato.
Toco-te com a pureza daquele beijo
Inebriando passo a passo o ar.
Tento não voltar para o desejo
Daquela que só vive para sonhar.
Aprisiono-te em meu gélido corpo.
Em tela despida, minha namorada.
Como fizera Klimt, em época passada.
Mas se acabo morrendo sozinho assim.
Os lábios se calam e os olhos falam
Sobre tua eterna presença em mim.
(Ariana Segantin)
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