ÁGUA QUE BROTA
A ordem e desordem têm duplo sentido
no
desejar do nada.
Minha poesia navega na carência do vazio,
na
explosão de cada manhã,
Com poemas de minha paixão.
O percurso tem várias direções.
Minha palavra é o silêncio,
Com estrelas que nascem dos meus olhos.
Acordo minha infância habitada de esperança.
Agonizada,
Reúno sorte e perdão.
Meu manto tem a cor do meu jardim,
Num apelo insaciável dos impulsos,
Ora tímidos, ora ousados,
Assumindo a culpa de estar no mundo.
A entrega é total,
Sem ferir códigos.
Num tropel desesperado,
Admito que o sol queimou meus sonhos.
As estrofes uivam abrasadas
De ensaios inspirados nas varandas,que,
Edificadas sem disfarce e sem janelas,
Tocam harpa,
Batizadas com cheiro de mato,
Na água que brota desse rio.
(Arlinda Lamêgo)
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