PAREDE & TELHADO
Como é possível um só dia de lembranças e dedicados,
Quando Ela nos deu todos os seus momentos, esperanças e predicados.
Mãe! Não saberia dizer se tu és mais poesia, mais verdade...
Ah! Essa inteira vontade ao do bem-querer!
Na tua verdadeira primavera, me trouxeste em botão.
Flori no canteiro dos teus carinhos, no romeiro da tua singular dedicação.
Pontuaste no tempo, perpetuaste ao do nunca esquecer.
Foste passagem e possível. Paragem e plausível. Ação
e perdão.
Abrigado sob o teu amor, cresci ao sol e ao saber da tua imagem.
Com a coragem que transmitias, nos prumos que davas ao entender e ao caminhar.
Pelo cunho do teu colo, pela morada nos teus cuidados,
Os meus acreditados se fizeram em ouros.
De ti, os sorrisos largos que me moldaram e me levaram aos felizes protocolos
do viver. Fizeram muito ao sentido, os teus zelos, os teus apelos.
Agora, na alforria do meu de adulto, com mais lembrança e não
presença,
Reluto por não remanescer em tão perto, em tão rente. Mas,
decerto, a cada fim de semana, Em carente dos teus abraços que fortalecem
e renovam.
Constantemente, me indago aos teus afagos. Temo pelo outono das folhas que caem.
Aquelas que fazem dos passos tropeços, atropelos da idade.
Bem sei que a felicidade é delicada e matreira, sorrateira aos tempos
que passam!
No quando desse um dia eu em só estiver, nos caminhos e nos moinhos
dos terríveis hiatos,
Nos repletos austeros dos vazios deixados,
Por mais que esse então da saudade me fustigue e castigue,
Em glória de pensamentos, voltarei a ser criança outra vez!
Revivendo o feliz dos momentos únicos e distantes.
Das amenidades e daquelas atendidas vontades.
Inconfundíveis havidos, abraços perdidos, regaços de casa
de mãe!
(Arnaldo Massari)
|