NÃO ÉS MAIS
Não és mais o que nunca foste.
Senta-te, acalma-te, pondera-te.
Aprende a ouvir-te, esmiuça-te,
Respira com entusiasmo.
Estás vivo, é o que se vê, pasmo.
Então, vai, logo, aprimora-te,
Percorre teu caminho, ama-te,
Compreende o hálito do corte
Que te tornou insano e mau,
Investiga o tom cadavérico
Das coisas fúteis, o pilhérico
Fluir das vidas sem sentido,
A alquimia íntima do nítido
Olhar aberto ao ir da nau.
(Aroldo Ferreira Leão)
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