A Garganta da Serpente

Ascânio Lopes

Ascânio Lopes Quatorzevoltas
  • aumentar a fonte
  • diminuir a fonte
  • versão para impressão
  • recomende esta página

SANATÓRIO

Logo, quando os corredores ficarem vazios,
e todo o Sanatório adormecer,
a febre dos tísicos entrará no meu quarto,
trazida de manso pela mão da noite.

Então minha testa começará a arder,
e todo meu corpo magro sofrerá.
E eu rolarei ansiado no leito
com o peito opresso e de garganta seca.

E lá fora haverá um vento mau
e as árvores sacudidas darão medo.
E os meus olhos brilharão, procurando
a Morte que quer entrar no meu quarto.

Os meus olhos brilharão como os de uma fera
que defende a entrada da sua morada.


(Ascânio Lopes)


voltar última atualização: 30/05/2017
5265 visitas desde 30/05/2017

Poemas deste autor:

Copyright © 1999-2020 - A Garganta da Serpente