CENA DE UMA RUA AFASTADA
(Para Martins de Almeida)
A solteirona fechou as janelas com estrépito.
Uma mocinha da escola normal passou firme, sem olhar.
Um senhor gordo disse que era uma pouca vergonha
e que nossa polícia não vigiava os costumes.
Mas, indiferentes aos gritos dos carroceiros,
às pedradas dos garotos,
a lulu de D. Mariquinhas e o fox-terriê (meio sangue) do sr. Fagundes
continuaram impudicos no meio da rua.
(Ascânio Lopes)
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