A Garganta da Serpente
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Por muito tempo

ninguém me vê
mas eu vejo todos
ando na madrugada
sempre no mesmo passo
fuga do destino irreversível

dia após dia
coração no peito
cabeça nas nuvens
barriga resmungando
carros em disparada

a criação não acabou
o peso da gravitação universal
no jogo astronômico
dedos do acaso na pele das galáxias
continuação perpétua

o trabalhador caminha
o atleta corre
a mulher suspira
o poeta escreve
a criança sonha

ninguém me vê
mas eu vejo todos
os anjos e os demônios da noite
as flores espalhadas no lixo
tudo jogado nos canteiros das avenidas

deitada na cama
assistindo novela
a mulher pensa


(assis)


voltar última atualização: 23/02/2011
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