A Garganta da Serpente
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Desejo e culpa

o que você vai fazer
quando não houver nada mais a dizer
e o anoitecer surgir
numa velocidade astronômica
debochando da não linearidade

o real e o insano
na marcha dos dedos
mudanças de papel
o humor das nuvens na tempestade
o tempo tomou conta do ar

cimento,areia e cal
a construção do pesadelo
uma linha a mais no caderno
sombras no futuro
devoradores de sinais

o que você irá sentir
quando não existir mais nada entre nós
e o sexto sentido se apresentar
como um lobo esfomeado
nas portas uivantes do caos

minutos sedentos
não podem conter
hesitantes passos distantes
escalas nos sons da noite
a dor de cada momento

bater um prego
assentar um tijolo
aplicar uma injeção
ceifar o campo
isto sim é sabedoria

penso miúdo
uma coisa de cada vez
uma palavra atrás de outra
não vou longe
prisioneiro da escrivaninha

blocos,rascunhos,bloqueios
a fome de estar perto da chama
e da cidade que se ama
coisas que lhe devoram
aos poucos e aos pedaços


(assis)


voltar última atualização: 23/02/2011
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