BONITA COMO O INFERNO
sempre vai ser tarde
a mão não quer
conversar com o espírito
a frente do espelho
nas costas nuas do passado
a harmonia do branco
o vento sopra na cortina
a angústia gera violência
quadro pendurado na parede
falta um oceano nesta sala
perfume de flores
e as abelhas de sal
perdi um pouco de tempo
entre o sofá e o chão
olhar perdido no tapete
sempre vai ser tarde
em cada pedaço de carne
resta alguma saudade
na mesma linha
no mesmo papel
o conflito e a existência
balões explodem
céus azuis de dezembro
o reino do absurdo
sempre vai ser tarde
mas vou continuar
dizendo um nome
coisas escapam pelas portas
a música altera o ambiente
o mundo afunda num sonho amargo
(assis)
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