A Garganta da Serpente

Augusto dos Anjos

Augusto de Carvalho Rodrigues dos Anjos<
  • aumentar a fonte
  • diminuir a fonte
  • versão para impressão
  • recomende esta página

NO CLAUSTRO

Pelas do claustro salas silenciosas,
De lutulentas, úmidas arcadas,
Na vastidão silente das caladas
Abóbadas sombrias tenebrosas,
Vagueiam tristemente desfiladas
De freiras e de monjas tristurosas,
Que guardam cinzas de ilusões passadas,
Que guardam pét'las d funéreas rosas.
E à noite quando rezam na clausura,
No sigilo das rezas misteriosas,
Nem a sombra mais leve de ventura!
Só as arcadas ogivais desnudas,
E as mesmas monjas sempre tristurosas,
E as mesmas portas impassíveis, mudas!


(Augusto dos Anjos)


voltar última atualização: 13/08/2010
21198 visitas desde 01/07/2005

Poemas deste autor:

Copyright © 1999-2020 - A Garganta da Serpente