A Garganta da Serpente
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Boca Amarga

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Testamento

Deixo tudo à primeira aranha
Que rondar a solidão
De meu cadáver

Deixo tudo ao primeiro verme
Que perfurar a indecência
De meu corpo

Deixo tudo à primeira mosca
Que se perder no escuro
De meus olhos

Deixo tudo ao primeiro chacal
Que devorar a maldade
De meu coração

Deixo tudo à primeira serpente
Que sugar o veneno
De minha boca

Deixo tudo ao primeiro abutre
Que pisar nos segredos
De meu cérebro

Deixo tudo à primeira brisa
Que soprar minha alma
Volátil...
Nos confins do tempo


(Boca Amarga)


voltar última atualização: 20/07/2004
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