A Garganta da Serpente
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Boca Amarga

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Boca Amarga

Não sou filho
De Zeus
Nem do carbono
Sou geração espontânea

Não sou filho
Dos homens
Sou fruto apodrecido
De alguma imaginação

Sou de eras remotas
Eras já mortas
Eras que já eram
Ou que nunca serão

Sou corpo sem vida
Sombra sem luz
Luz que assombra
Luz que é sombra

Minha voz é silêncio
Em meio ao barulho
Entulho contido
Numa alma de gelo

Meu tesouro não é ouro
Que cabe no bolso
Prezo por outro
Que poucos entendem

Minha boca é amarga
Sou de eras remotas

Minha boca é amarga
Sou de eras já mortas.


(Boca Amarga)


voltar última atualização: 20/07/2004
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