Pretinha
Hoje você (re-) nasceu
da fruta de conde madura.
E correu pela casa
de cômodo a cômodo.
Nada poderia escapar do seu olhar astuto,
de criança que brinca na
terra da vida.
Semente de árvore comprida.
Sorriso de fogo. Mordaça de linha.
Amarra, procura, me caça, pendura.
A inocência da chuva,
dos pingos de água na calha,
retalho de faca caipira.
Viola. Matilha de estrelas só minha.
Me guia lânguida de braços e
mãos e abraços unidos
em uma só melodia.
Canção dos meus dias de luta,
quando o sol abre a janela e
vem depressa me dizer:
Acorda menino,
lá fora o mundo espera você,
que espera alguém,
o ônibus, o trem que não vem,
e só deixa no ar um cheirinho de lua.
Pretinha.
(Branco Di Fátima)
|