A Garganta da Serpente

Bruno Bercito

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Apocalipse

Que dos céus façam se as trevas
Que das trevas faça se a luz
Que da luz faça se o caminho
Para que nunca mais siga sozinho
Neste devaneio inóspito que me conduz
No fim do túnel, não mais avisto a luz
Não mais brilho meus olhos de esperança
Que deste mundo faça-se o apocalipse
Pois meu olhar não é mais o de uma criança
Não me vejo capaz de tudo
Não vejo em super-heróis meu incentivo
Sigo sonhando, contudo
Que abram-se os mares
O que fazer?
Eu não mais ligo
Quando eles se fecharem aqui estarei de novo
Aqui estarei sonhando sozinho
Se as montanhas se dobrarem, se o Sol se apagar
O que posso fazer
Conformarei-me com minha capacidade humana de raciocinar
E me enterrarei junto com todos, melhores ou piores, humanos ou ratos
Não me sentirei culpado, não temo o juízo final
Venha a nós apocalipse, venha a nós, mas faça-se fatal

(17/1/02)


(Bruno Bercito)


voltar última atualização: 29/01/2002
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