A Garganta da Serpente

Bruno Bercito

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Formas

O corpo ainda é pouco
Meu corpo ainda é pouco
A essência de minha sobrevivência
O suporte de minha indolência

O cérebro ainda é novo
Meu cérebro ainda é novo
Ainda não se encheu de sabedoria
Ainda não sei o quanto gostaria

Não sei o quanto gostaria de saber
Não sei até onde quero me aprofundar
Se nos mistérios da vida me perder
Arrependerei-me, por não saber onde deveria parar

Não sei até quando quero que meus ossos me sustentem
Não sei até aonde quero viver com o peso de meus ombros
Só peço que até lá, até que eu não seja mais necessário, meu cérebro me agüente
Que até o dia que sempre chega mantenha abertos meus olhos

Para captar de cada brilho do Sol que nos ilumina, um "que" incompreensível
Um "que" que minha mente nunca decifrará
Por onde meus olhos correrão ávidos por respostas, e sentirei-me sensível
Sentirei em cada minuto de minha sensibilidade, um algo insensível que me queimará

Por entre os vales e valas deste mundo
Por entre cada montanha, ao fundo de cada mar
Espero seguir sendo ao menos profundo
Para cegar-me ao com um problema sem solução me deparar

(21/1/02)


(Bruno Bercito)


voltar última atualização: 29/01/2002
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