A um Escarro
Querido escarro meu,
Que me escapa pela boca,
Que pula para o mundo,
Que vê o que eu vejo.
Volte para o teu lar,
Microdejeto espetacular,
Aí fora está frio demais,
Além disso, fede e é sujo.
Não veja a barbárie que acontece,
Não veja minha cara de perdedor.
Beije minha boca.
Circule pelos túneis de carne,
Conheça o pus e o catarro,
Escorra pela minha boca enquanto durmo.
(20/06/2002)
(Bruno Bontempo)
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