ESTAVA EM NOSSAS MÃOS
Por que não me disseste, no passado,
- Espera por mim, porque te amo! -,
quando eu corria à tua frente
nas alamedas que nos levavam
para um futuro tão mal vivido?...
Por que dizias, nas brincadeiras,
que, sendo irmãos,
as nossas mãos
não poderiam ter-se para sempre
quando os olhares se prendiam,
infinitamente amantes?
Por que não me trouxeste contigo
na travessia do tempo
em que nunca mais nos soubemos?
E eis que um dia
um do outro nos perdemos,
na derradeira volta que não demos,
na brincadeira sem graça
de ocultarmos palavras,
as mesmas que escrevo agora.
(Carlos de Hollanda)
|