Rio Maravilha
sexo e folia dos condenados
arqueados e arribados
em chacreiras
de concreto naufragado
armadores de mastros de solteiros
tiburgueiros vergados em velas tesas
onde adriças e arinques
se prendem ao moitão.
sexo e folia dos condenados
este vento aparente
que sopra nas vidas de popa
da embarcação
são amarras, encostas
fincando nós direitos
nas alvas vestes dos deportados
nos rotos uniformes dos condenados
nas cabeças nuas, turras
da mais idiota
tripulação
(Caio Bov)
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