Última saudade
Risonha - na saudade aflora
Febril - o descanso às flores.
Andada, vivida
Sinalizada, filtrada a graus.
Da infância na saudade
O ingênuo ao tropeço
Não tem ninguém ao lado.
Saudosa, majestosa
Os dois lados do rio que passa
Perene a saudade
O que me importa tempos vividos
Verbos ditos
E o que devia ser feito?
Tudo é saudade
Na vida - lembranças.
E a vida, o que é?
Fui menino,
Sou moço,
Serei gasto pelo tempo
Vivendo saudades
Nas ultimas a despedida
Do que era lembrança perdida.
Nos campos perdeu-se em dor
Na ruína desbotou-se a flor.
A madre - saudades
Pelo tempo foi extraída
E na dor a lágrima.
Pálida saudade
Que ao poeta
Nem se quer deu flores.
Virgem dos sonhos meus
Saudades e um adeus
Na ultima vida
O fogo me consume
Logo estarei morto.
E tudo - agora saudades
É a vida.
Gélida ao poeta à morte
lembranças a morte
Flores ao poeta.
(Calígula de Odisséia)
|