A Garganta da Serpente

Cândido

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Lábios descriminados

Pintas a boca de tão rubras cores
Que despertam a fúria dos meus beijos,
Avermelham as cores dos meus desejos
E libertam a essência dos amores.

Riscas, nos teus lábios, um traço lindo
Que mesmo nos momentos de tristeza,
Há ainda um assomo dessa beleza
Que nos leva a pensar que estás sorrindo.

Mas deixas os verticais ao abandono,
Como se não fossem do mesmo dono
As portas da entrada do paraíso.

Abre as tuas coxas, que o meu batom
Vais lhes desenhar num bonito tom
A verticalidade dum sorriso!

(17/11/2003)


(Cândido)


voltar última atualização: 06/01/2004
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