Assim Entardeço...
[Suspiros amenizados por uma pinga amarelinha ]
O poente é o norte inexorável dos meus passos.
Nos tempos em que o farnel para a viagem
Deve tornar-se cada vez mais leve,
É essa certeza que me traz assim, triste,
Porém sobranceiro e até desdenhoso
Do fatal aguilhão da morte.
É nesta certeza que entardeço...
É na lembrança do canto da juriti
Ou do passo lento do gado manso que retorna ao curral
Que eu acho conforto para a finitude.
Corri mundos, tenho paisagens n'alma...
Na hora lenta do entardecer,
Elas me conduzem a um remansoso sossego interior;
Nesta hora, meus olhos estão longe,
Estão mirando aqueles crepúsculos avermelhados
Dos incomensuráveis chapadões de minha mineira terra.
[E o amor? O amor?
Ora, com efeito, o amor!]
(Carlos Rodolfo Stopa)
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