A Garganta da Serpente

Carlos Rodolfo Stopa

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À Mesa do Bar: Dois Copos de Poemas

A noite estava escura e fria,
E no céu não eras mais a estrela-guia.
Perdendo-me de ti, perdi-me também de mim,
E assim, busquei a calma de um bar.

Tentei beber todas as minhas penas,
Mas meus olhos fitavam os teus olhos;
E então, ao escrever o choro de nossa perda,
Bebi [mais], e afoguei-me em poemas!

Minha sensibilidade, minha carência
Ansiavam por continuar a ouvir tuas promessas,
Mas a minha razão, em luta com meu corpo,
Atou-me com as peias da absurda prudência!

Depois de me embebedar longamente
Nos copos dos meus poemas da noite,
Paguei a conta dessa solidão demente;
Saí para as ruas e me perdi outra vez.

Tomei distância de mim e de ti:
Bebi mais dois copos de poemas,
Sequei minhas lágrimas ao vento,
E fui procurar-te em outros braços!


(Carlos Rodolfo Stopa)


voltar última atualização: 24/03/2006
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